sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Catolicismo e Esperanto


BEKO - Brazila Esperantista Katolika Organizo

Os Papas e o Esperanto

(Texto do programa de Esperanto da Rádio Vaticano, 16/08/1996.)



Uma nota histórica por ocasião do quinto aniversário do primeiro uso do Esperanto feito por um papa durante uma cerimônia pública.



Quando o Esperanto nasceu, em 1887, era papa Leão 13, Gioacchino Pecci era seu nome de família, era papa há 9 anos, quando o médico polonês Zamenhof foi à editora Kelter para iniciar um maravilhoso projeto.



Foi seu substituto, o papa Pio 10, o primeiro papa, que aceitou esperantistas em audiência. A audiência aconteceu em 2 de junho de 1906. Foi tema da audiência privada ao Monsenhor Luigi Giambene, fundador do grupo esperantista romano "Imperiosa Civitas", e funcionário junto à congregação papal.



A audiência foi um acontecimento para oferecer ao Papa Pio 10 a primeira coleção completa do Espero Katolika, nascida - por assim dizer - exatamente no mesmo periodo da eleição do Papa. Na capa frontal do primeiro número do Espero Katolika, um poema de Aleksandro Dombrovski, padre lituano, poeta, dedicado à sua santidade.



Um relato da época faz-nos saber, que o Papa Pio 10 leu em voz alta aquele poema, dizendo que ele compreendera tudo. Para a revista Espero Katolika, ao seu redator Padre Emile Peltier, chegará benção papal, anunciada durante o segundo Congresso Universal, em Ĝenevo, ano 1906, em meio de retumbantes aplausos também de protestantes e até mesmo de livre pensadores.



A Igreja Católica imediatamente olhou com atenção o novo fenômeno consistindo de católicos esperantistas. Em 1910 ocorre em Roma um Congresso da IKUE. Os congressistas reúnem-se na Praça de São Pedro e posteriormente, no pátio interno da basílica do vaticano eles cantam o hino religioso "Queremos Deus" em Esperanto. No pátio interno, porque naquele tempo os papas apareciam, por causa de razões históricas, não na sacada central sobre a praça, mas no camarote interno, em protesto a um estado italiano que invadiu Roma.



No decorrer dos anos chegam outras bençãos papais para a revista e para a IKUE: nós mencionamos as bençãos do papa Benedito 15. Mas atinjamos os anos mais próximos. O Papa Paulo Sexto durante a audiência geral de 13 de agosto de 1975 expressou com amabilidade algumas palavras no idioma italiano aos participantes do Congresso da Ikue daquele ano, ocorrendo em Roma por causa do Ano Santo. O papa fez alusão aos esperantistas presentes duas vezes.



Primeiramente, mencionando os grupos presentes:

"Outro grupo internacional que nós saudaremos breve por meio de palavra à parte é esse dos participantes do Congresso Internacional de esperantistas católicos. Veja, eles tem a bandeira verde, que é símbolo de esperança, eles são os esperantistas." E alguns minutos depois o Papa Paulo Sexto endereça sua mencionada saudação: "Nós não queremos acabar esta parte da audiência sem endereçar nossas saudações e nossas bençãos aos participantes do 36.o Congresso Internacional de Esperantistas Católicos.



À seus distintos objetivos culturais vocês quiseram adicionar uma nota delicadamente religiosa entrando no espírito do jubileu que para todos os homens de boa-vontade fala sobre renovação, sobre conversão, sobre revisado contato com Deus, que ama e perdoa. Esse espírito vos guie no estímulo à fraternidade e compreensão entre os diversos povos de diferentes línguas, que vocês se empenharão em favorecer segundo o programa que vos distingue. Isso são nossos votos de felicidade, que nós mais valorizamos por nossa benção apostólica, favorecendo as doações do Senhor."



Passam 16 anos. Em Czestochowa (Polônia), no começo e fechamento das celebrações para o dia mundial pela juventude, o Papa João Paulo Segundo usa a língua internacional para dirigir suas saudações a mais que um milhão de jovens presentes junto ao Monte Luminoso.



Em 14 de agosto de 1991, à tarde, ocorreu sua saudação de boas vindas. É a primeira vez que um papa fala em Esperanto durante uma cerimônia pública: "Eu dou também em Esperanto saudação de boas vindas aos jovens peregrinos de todo o mundo, neste dia de fraternidade universal, que nos vejam unificados como filhos de um só Pai em nome do Cristo, verdade

do homem!"



No dia posterior, no fechamento das celebrações, o Papa novamente dirige suas saudações em vários idiomas aos jovens em Czestochowa. Em Esperanto ele diz: "Caros jovens! A experiência da crença, vivida junto aos pés da "Nigra Madono" fique indelevelmente gravado em vossos corações. Maria santíssima acompanhe-vos."



O restante é história recente. Como é sabido, há alguns anos, a benção na língua esperanto entrou na lista das bençãos do Papa em várias línguas, no Natal e Páscoa.

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